A neurociência infantil revela que brincar é uma ferramenta essencial para o aprendizado e o desenvolvimento cerebral das crianças. Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, destaca como brincadeiras estimulam conexões neurais que favorecem habilidades cognitivas, emocionais e sociais
Este artigo explora como a neurociência explica a relação entre brincar e aprender, destacando a importância de integrar o lúdico na educação infantil para promover um desenvolvimento saudável.
A importância do brincar segundo a neurociência infantil no desenvolvimento cerebral
A neurociência infantil demonstra que o cérebro das crianças é altamente plástico, ou seja, capaz de formar novas conexões neurais com base em estímulos externos. Brincar, nesse contexto, atua como um catalisador para o desenvolvimento cerebral. Jogos e atividades lúdicas estimulam áreas do cérebro responsáveis pela memória, resolução de problemas e regulação emocional.
Para Paulo Henrique Silva Maia, brincadeiras que envolvem movimento, criatividade e interação social fortalecem a capacidade de aprendizado ao ativar múltiplas regiões cerebrais simultaneamente. Quando uma criança constrói um castelo de blocos ou participa de um jogo de faz de conta, por exemplo, ela desenvolve habilidades como planejamento, criatividade e empatia, fundamentais para o aprendizado ao longo da vida.
Como o brincar facilita o aprendizado infantil
O aprendizado infantil é mais eficaz quando associado ao prazer e à curiosidade, elementos intrínsecos ao brincar. A neurociência mostra que atividades lúdicas liberam dopamina, um neurotransmissor que aumenta a motivação e a retenção de informações. De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, crianças que aprendem brincando tendem a apresentar maior engajamento e menor resistência ao adquirir novos conhecimentos.
Tipos de brincadeiras e seus benefícios
Diferentes tipos de brincadeiras oferecem benefícios específicos para o aprendizado infantil, conforme evidenciado pela neurociência. Abaixo, destacamos algumas categorias e seus impactos:

- Brincadeiras físicas: Correr, pular e dançar estimulam a coordenação motora e fortalecem o córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões.
- Brincadeiras criativas: Atividades como desenho, pintura e jogos de imaginação desenvolvem a criatividade e a capacidade de pensamento abstrato.
- Brincadeiras sociais: Jogos em grupo, como esconde-esconde, promovem habilidades sociais, como cooperação e resolução de conflitos.
- Brincadeiras estruturadas: Jogos com regras, como tabuleiros, ensinam disciplina e pensamento estratégico.
Conforme o Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, Paulo Henrique Silva Maia, a combinação de diferentes tipos de brincadeiras é ideal para um desenvolvimento equilibrado, pois estimula múltiplas áreas do cérebro e prepara a criança para desafios variados.
O papel dos pais e educadores no brincar
Pais e educadores desempenham um papel crucial ao incentivar o brincar como ferramenta de aprendizado. A neurociência sugere que adultos devem atuar como facilitadores, criando ambientes ricos em estímulos e oportunidades lúdicas, o que inclui oferecer materiais simples, como blocos e brinquedos não estruturados, que estimulam a imaginação.
É importante que os adultos participem ativamente das brincadeiras, mas sem impor regras rígidas. Paulo Henrique Silva Maia frisa que a interação entre adultos e crianças durante o brincar fortalece vínculos emocionais, que são essenciais para a segurança psicológica e o aprendizado.
Desafios na integração do brincar na educação
Apesar dos benefícios comprovados, integrar o brincar ao aprendizado enfrenta desafios. Muitas escolas priorizam conteúdos acadêmicos em detrimento de atividades lúdicas, limitando o tempo para brincadeiras. Sem contar que o uso excessivo de telas pode reduzir oportunidades para brincadeiras físicas e sociais, que são mais benéficas para o desenvolvimento cerebral.
Para superar esses obstáculos, é necessário que educadores sejam capacitados em abordagens baseadas na neurociência infantil. Programas de formação continuada podem ensinar como incorporar o brincar no currículo, equilibrando aprendizado formal e atividades lúdicas.
O impacto a longo prazo do brincar
A neurociência infantil destaca que o brincar na infância tem impactos que se estendem à vida adulta. Crianças que brincam regularmente desenvolvem maior resiliência emocional, habilidades de resolução de problemas e capacidade de adaptação. De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, investir em brincadeiras na infância é uma estratégia preventiva que promove saúde mental e sucesso acadêmico no futuro.
Brincar é aprender
A neurociência infantil nos ensina que brincar e aprender são processos profundamente interligados. Ao estimular o cérebro de forma natural e prazerosa, as brincadeiras preparam as crianças para desafios cognitivos, emocionais e sociais. Como enfatiza Paulo Henrique Silva Maia, integrar o brincar na educação é uma abordagem poderosa para formar indivíduos mais criativos, resilientes e preparados.
Autor: Gennady Denisov