De acordo com os dados do Censo 2022, as mulheres pardas representam o maior percentual de pessoas analfabetas no Alto Tietê. A pesquisa revelou que mais de 48 mil pessoas na região não sabem ler e escrever, sendo que 12.344 dessas são mulheres pardas, o que corresponde a cerca de 25,5% do total de analfabetos.
Desigualdade Histórica
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera pretos e pardos como negros nas questões raciais. No Alto Tietê, mulheres pardas e pretas constituem aproximadamente 32% da população analfabeta. Segundo o pedagogo Jucilei da Silva Barbosa, essa disparidade é resultado de desigualdades históricas e da falta de políticas públicas inclusivas.
Impacto da Cultura Machista
Além das desigualdades raciais, a cultura machista também contribui para o alto índice de analfabetismo entre mulheres. Barbosa destaca que a visão patriarcal, onde o homem é visto como o provedor, faz com que muitas mulheres permaneçam em casa, dificultando seu acesso à educação e ao mercado de trabalho.
Analfabetismo na Região
O Censo 2022 revelou que mais de 48 mil pessoas com 15 anos ou mais no Alto Tietê são analfabetas, representando cerca de 3% da população total da região, que é de 1.627.145 pessoas. Apesar de todos os municípios do Alto Tietê terem uma taxa de alfabetização superior à média nacional de 93%, oito cidades estão abaixo da média estadual de 96,89%.
Taxas de Analfabetismo por Município
Salesópolis é o município com a maior taxa de analfabetismo, com 5,96% da população sem saber ler e escrever, seguido por Biritiba-Mirim, com 5,91%. Em contrapartida, Poá apresenta a maior taxa de alfabetização, com 97,35%.
Desafios e Perspectivas
A persistência do analfabetismo entre mulheres pardas no Alto Tietê reflete a necessidade de políticas públicas mais eficazes e inclusivas. A promoção da igualdade de gênero e raça na educação é essencial para reduzir essas disparidades.